domenica 8 aprile 2012


Se não tens dinheiro não tens comida, se não tens comida passas fome de olhos sem ver. De que serve olhar sem ver? As taxas estão sempre a mudar, e fazes o que tinhas planeado, mas da maneira errada, porque a mudar não te consegues concentrar com tantas vozes no ar. Depois o cérebro encolhe, encolhe e dá-nos visões do mundo diferentes. Aí ficas com medo, e o medo pode consumir-te por fora, porque por dentro eras de ferro e ainda sabias como defender-te de unhas e dentes. O problema é quando estes falham... Cai tudo pelo chão e recomeça a viagem, aquela que te levou para longe e te trouxe o que faltava no teu livro das coisas pequeninas como formigas. Há tantas pessoas formigas, sem medo de morrer, a subir-nos pelas pernas e a picar-nos como se fossem mais um dia de dúvida sobre as perguntas importantes que fazia todos os dias e às quais ninguém respondia como se tudo fosse pergunta. Há sempre muitas perguntas sem resposta, e isso deixa-me ser eu a decidir o que é que faço agora e o que é que tu fazes a seguir, espera aí e ouve, eu já te digo que muito do que parece é. Essas histórias de brilho sem ouro levam à tristeza e redução de sonhos. E os sonhos são impossíveis de desvendar, são escuros e lentos e não sabem para onde querem ir e vir, sem voltar, tantas vezes que seja necessário. Não por capricho, só por opção. Saber escolher a estrada com as pedras mais pequenas.
Avó Maria Gomes

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